Esta antiga fábrica, destinada à indústria de panificação, foi construída de raíz, inserindo-se num loteamento do princípio do século XX (anos 20), delimitado a poente pela antiga Rua 1(hoje, Rua Joaquim Casimiro) e a nascente pela Rua 2 (Rua Maestro António Taborda), obedecendo a uma lógica que parece emergir de um projecto modelo multiplicado em diversos bairros da cidade.
No essencial o espaço manteve no tempo a sua tipologia construtiva e espacial, sendo a intervenção de adaptação feita com uma estratégia de tudo ficar quase na mesma, mas reformulando e corrigindo as patologias e adaptando claramente aos novos usos, sem escamotear a natureza contemporânea desta transformação.
A entrada principal desenvolve-se a partir da cota de rua, que comunica directamente com o interior.
Os espaços de trabalho e de apoio serão comunicantes entre si através do interior, apoiando-se numa circulação fluida e flexível . Para o efeito foram praticadas algumas aberturas de vãos em pontos onde anteriormente já tinham existido, com o objectivo de clarificar as relações espaciais e funcionais.
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O projecto defende a manutenção dos espaços existentes quase na íntegra, apenas com as demolições necessárias do grande forno de lenha e a criação de um vão na fachada poente, no sentido de ventilar e iluminar naturalmente os espaços de trabalho confinantes com esta.
Uma varanda recuada faz a articulação entre este vão de fachada e o espaço interior.
Para o desenho deste vão, foi dimensionada uma estrutura de apoio, constituída por perfis metálicos, encastrados na parte superior da espessa parede de alvenaria de pedra, e em toda a sua largura., sendo a caixilharia, constituída por elementos móveis e fixos, em aço, vidro e madeira.
Uma escada em betão aparente, faz a ligação do piso 0 ao -1 ( cave /oficina), que foi projectada para ter iluminação e ventilação natural através do piso superior.
Assim transformado, este lugar prepara-se para um outro ciclo de uso na cidade.
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